Summit de Varejo Saudável debate inovação, experiência e o papel humano no futuro do setor
Com foco em inovação, bem-estar e experiência do consumidor, o Summit de Varejo Saudável reforçou que o varejo do futuro precisa ser mais humano, tecnológico e alinhado aos novos valores sociais.
12 junho 2025
Se o e-commerce é o fast retail, por que o varejo físico não pode ser o slow retail?”, questionou Eloy
O segundo dia das feiras Bio Brazil Fair e Naturaltech foi marcado por um dos momentos mais ricos da programação: o Summit de Varejo Saudável, que reuniu especialistas de diferentes áreas para debater os caminhos do varejo em um cenário de transformação acelerada.
Com foco em inovação, bem-estar e experiência do consumidor, o encontro reforçou que o varejo do futuro precisa ser mais humano, tecnológico e alinhado aos novos valores sociais.
Era do “phygital”
Eloy Assis, referência em inovação no varejo, abriu a programação com provocações instigantes sobre a era do “phygital”, a integração entre os mundos físico e digital. Ele destacou que “a tecnologia veio para permitir que o ser humano seja mais humano” e apresentou os seis pilares para a inovação no setor.
Entre eles, o uso da IA “atrás do balcão”, experiências digitais imersivas, proximidade com o território e a transformação da loja em um “terceiro lugar”, espaço de convivência, não apenas de transação. “Se o e-commerce é o fast retail, por que o varejo físico não pode ser o slow retail?”, questionou Eloy.
“A IA não é verdadeiramente inteligente, ela não entende o que ela está escrevendo… Ela está respondendo a um estímulo externo e estatisticamente prevendo o que é a resposta mais coerente possível.”, explicou Eloy Assis.
Reinventando a suplementação
Na sequência, Marcelo Quinn trouxe dados sobre o crescimento da suplementação no Brasil, presente em 59% dos lares, e enfatizou a importância da curadoria e do atendimento técnico especializado no varejo de produtos saudáveis. “Experiência supera o preço. O cliente volta não pelo desconto, mas pela vivência única na loja”, afirmou. Para Quinn, a inovação deve ser constante: “Empresas quebram por fazer a coisa certa durante muito tempo. É preciso se reinventar sempre”.
Por um Layout mais Humano
Annelise Campo, arquiteta e especialista em consumo, apresentou uma abordagem emocional do design de lojas, destacando que o varejo de saúde precisa acolher, conectar e transformar. Ela chamou atenção para o impacto da solidão e do esgotamento emocional nas escolhas de consumo. “O bem-estar do futuro é coletivo, emocional e humano”, disse. E completou: “Você compra pela emoção, não pela razão. O layout da loja pode influenciar diretamente essa decisão”.
Inovação não é coisa do outro mundo
Encerrando o Summit, Caio Camargo falou sobre as novas habilidades exigidas dos varejistas em um mundo em transformação permanente. Ele criticou a resistência a mudanças e defendeu que inovação não é sinônimo de sofisticação. Para ele, o uso de dados, a escuta ativa e o desapego são essenciais.
“É uma pontezinha que se chama inovação. E não se preocupem quando eu falo a palavra inovação, porque inovação a gente não precisa sofisticar. Não é nada da NASA, tecnologia, Startups, nada disso. Um jeito diferente de você falar bom dia na tua loja, já é inovação. Um jeito diferente de você expor uma mercadoria no teu negócio, já é inovação”, provocou.
Humano X Tecnologia
O Summit de Varejo Saudável mostrou que inovação, propósito e experiência são mais do que tendências: são exigências para quem deseja construir um varejo relevante, sustentável e conectado com o novo perfil de consumidor. Ao valorizar o humano em meio à tecnologia, o setor se fortalece como agente de transformação.